sábado, 25 de agosto de 2012

HISTÓRIA CAPOEIRA MESTRE BIMBA

CAPOEIRA


“A capoeira luta pela libertação pela arte e cultura de nossas raízes, passou (e continua passando) por um processo natural de transformação e hoje em dia está integrada a outras ferramentas socioculturais e, se bem utilizada em seus respectivos fundamentos, pode voltar a transformar vidas e até mesmo o destino de um País, assim como já o fez”.
A capoeira é uma arte marcial ou dança com elementos de origem africana trazida para o Brasil pelos escravos no século XVI, quando ainda éramos colônia portuguesa. A dança tornou-se popular por aqui e foi sendo passada geração após geração até se tornar uma dança típica no nosso país.
Uma das pessoas que colaborou (e muito) na popularização da capoeira no século XX foi Manoel dos Reis Machado, que ficou conhecido como Mestre Bimba. Nascido em 23 de novembro de 1900, há exatos 111 anos, Mestre Bimba foi o criador da chamada capoeira regional, cujo nome original era Luta Regional Baiana. Manoel dos Reis Machado faleceu em 05 de fevereiro de 1974, aos 73 anos.




            A energia dos 
treinos e das músicas, as cantigas e contos, a história, os fundamentos, a luta (diferentemente de briga) e outros elementos fazem com que os capoeiristas de hoje tenham mais responsabilidades do que somente a de “jogar a perna para o ar” ou simplesmente “atingir ao outro”.





O berimbau: é o instrumento musical ícone da Capoeira (considerado instrumento-rei), composto por um arco (envergado por um arame, portanto monocórdio), cabaça, caxixi, dobrão e baqueta que tem por função prover o toque da roda de capoeira e tem o poder de ditar a regra do jogo. Cada toque traz um fundamento e o capoeirista deve ser capaz de diferenciar cada um deles e apresentar o jogo correspondente. Alguns exemplos de toques são: São Bento Pequeno, São Bento Grande de Angola, Santa Maria, Idalina, Cavalaria, Benguela, Iuna, Samba de roda, Amazonas, Apanha laranja no chão tico-tico, cada um com sua respectiva história e fundamento.


O atabaque é um instrumento usado na capoeira de origem árabe, que foi introduzido na África por mercadores que entravam no continente através dos países do norte, como o Egito.
É geralmente feito de madeira de lei como o jacarandá, é um instrumento de forma cônico cilíndrica, na parte superior, a mais larga, são colocadas ''travas'' que prendem um pedaço de couro de boi bem curtido e muito bem esticado. É o atabaque que marca o ritmo das batidas do jogo. Juntamente com o pandeiro é ele que acompanha o solo do berimbau.


No Brasil, o pandeiro entrou por via portuguesa (origem provável é árabe). O negro aproveitou o pandeiro para utiliza-lo em seus folguedos. O pandeiro era usado para acompanhar as procissões religiosas, assim como ele fez parte da primeira procissão que se realizou no Brasil, em 13 de junho de 1549 na Bahia (Corpus Christi). Feito de couro de cabra e madeira, de forma arredondada, É o som cadenciado do pandeiro que acompanha o som do berimbau, dando "molejo" ao som da roda. Ao tocador de pandeiro é permitido executar floreios e viradas para enfeitar a música.

·         AGOGÔ
O Agogô é um instrumento de origem africana composto de um pequeno arco, uma alça de metal com um cone metálico em todas as pontas, estes cones são de tamanho diferente, portanto produzindo sons diferentes que também são produzidos com o auxílio de um ferrinho que é batido nos cones. Também faz parte da '' BATERIA'' da roda de capoeira Angola da Bahia.


Atabaque, pandeiro e agogô: eles entram necessariamente nesta ordem para acompanhar o ritmo do berimbau e constituir a “bateria” da roda de Capoeira.
           As músicas / cânticos: ladainha, contos, rimas, tudo voltado e harmonizado a cada toque de berimbau que exalta o chefe da roda, relata sua origem ou se refere a fatos e/ou personagens notáveis da história, além de também referenciar-se a fatos ligados à sabedoria popular, ditos e axiomas. É um momento único na vida de quem canta nas rodas de Capoeira uma vez que todas as atenções estão voltadas ao que será “dito na música” e, portanto, é quem liderará e colocará o “dendê” (a energia) para os praticantes e espectadores daquela roda de Capoeira. Mas vale ressaltar que este não é um quesito obrigatório, pois há toque de berimbau que, em seu fundamento, não permite que haja canto durante sua execução.



E as crianças, podem ser praticantes de Capoeira, este é um dos mais gratificantes momentos na vida de um Mestre! Por princípio, acreditamos que trabalhar na formação de uma criança é tratar a essência do futuro, no presente. Crianças, na Capoeira, que brincam, estudam, cantam, tocam, jogam, descobrem o seu respectivo potencial e respeitam a diversidade tendem a ser os futuros Mestres (Cidadãos) da paz e difusores da Capoeira e das raízes de nossa cultura. É o processo evolutivo sendo trabalhado (pelo Mestre consciente) para difundir os fundamentos mais nobres da Capoeira, além de ser o elo entre passado, presente e futuro.

       E como se tornar um Mestre de Capoeira?

              O ponto fundamental está justamente aí, em “se tornar”. Não se pode simplesmente “formar” um Mestre, colocar uma corda em sua cintura e sair para rodas e academias aplicando exercícios e golpes. Há de se buscar conhecimento nas literaturas, nas viagens, conversar com mestres “da velha guarda” que detém o conhecimento empírico (que está sumindo com o passar do tempo), praticar os fundamentos no jogo, dedicar tempo, adquirir experiência, enfim, viver a Capoeira ao lado de Mestres conscientes de seu papel para então evoluir no tempo, desenvolvendo bons trabalhos, fortalecendo e inovando as metodologias e desenvolvendo novos movimentos sem perder a essência da raiz.

         
           Prática esportiva pedagógica que desenvolve o aspecto motor, físico, cognitivo e afetivo envolvendo a música, o ritmo, o instrumento e o canto, promovendo a integração geral dos alunos. Pensando no desenvolvimento integral do aluno. Desenvolvendo ampla base de experiências nos diversos conteúdos que integram a Capoeira, para que os alunos desenvolvam a apreciação e o envolvimento com a modalidade a curto, médio e principalmente, a longo prazo. (SILVA, 1993).

Referências:

http://escravidaocapoeira.com (acesso em 25.08.12 as 16h45minh)
http://www.capoeirapopular.se/?page_id=211 (acesso em 25.08.12 as 16h45minh)

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